“Fico me perguntando, até onde vai o preconceito do ser humano? A maioria das pessoas escolhe ter como companhia um cão de raça. Desembolsam pequenas fortunas na compra de um filhote (mal sabem elas que amigo de verdade não se compra). Algumas até se habilitam a adotar um cãozinho, desde que seja filhote, bonitinho e que fique de porte pequeno quando crescer. Apenas uma parcela muito pequena da população, se dispõe a adotar um legítimo vira-lata, adulto, porte médio ou grande, com cara e jeito de vira-lata. Essa talvez seja a razão de nossa garotinha ter ficado tantos anos num abrigo à espera de um milagre. Como chamar a atenção, no meio de tantos outros peludos que pulavam, latiam e faziam gracinhas para os humanos que visitavam o abrigo à procura de um amigo? Só mesmo um milagre faria com que uma peluda tão comum como ela pudesse ser escolhida em meio a tantos outros. O preconceito das pessoas não permitiu que elas enxergassem o coração imenso por trás do seu jeitinho tímido e daquela carinha de vira-lata. Ah… Se elas olhassem além da aparência física, Aline não teria ficado nem uma semana sequer no abrigo. Seu nome poderia até ser Lady, pois se comporta como uma verdadeira dama. Carinhosa, educada, dócil, meiga e companheira são algumas das palavras que descrevem este ser tão especial. Às pessoas que a desprezaram por puro preconceito, só posso dizer uma coisa: Vocês perderam a melhor amiga que um ser humano pode ter. Sorte a minha pelo privilégio de ter você em minha vida, doce Aline!”

Ju Gaspar

Adoção em 24/08/2013